O jogo antevia-se fácil. O Benfica recebia o Belenenses, o primeiro classificado contra o décimo-quinto, que havia demonstrado grandes dificuldades em pontuar fora de casa. O Benfica almejava deixar o rival Porto a 10 pontos do primeiro lugar, pelo menos até os azuis jogarem, e ir ao Dragão com uma margem pontual algo confortável. O Belenenses que luta para não descer, tentava resgatar pelo menos um ponto do embate com um treinador recém-contratado, o conhecido Petit.
O Benfica entrou em campo com o mesmo onze de Paços de Ferreira, à exceção da inclusão do futuro bola-de-ouro, Adel Taarabt no lugar de Gabriel. As bancadas estavam, à semelhança do correr de Taarabt, desengonçadas, algo expectável tendo em conta a hora do jogo, 19 horas, para muitos hora de saída do trabalho.
À semelhança da chuva, a primeira parte foi fraca. O Benfica não criou grande perigo mas aos 31 minutos chegou ao golo, através de uma arrancada Messiana de Adel Taarabt que viria a dar um cabeceamento de Vinicius à trave, que fez com que no início pensássemos que o guarda-redes do Belenenses tinha feito uma grande defesa até nos lembrarmos que este era André Moreira e por isso sido na barra. No seguimento da jogada e graças à pressão na primeira fase de construção, teve “Gol do Vinigol” e a Pose. 7 minutos depois, o mágico marroquino que havia assistido antes, marcou o primeiro golo ao serviço do Benfica numa bola parada. Fora os últimos 15 minutos da primeira parte, esta teve uma diversão semelhante ao filme da Netflix “Dois Papas”.
Se a primeira parte foi fraca, o que dizer da segunda. Se os níveis de intensidade fossem os mesmos da NBA, Kobe teria os jogadores do Benfica de “Softs” dada a falta de vontade e intensidade demonstrada. O Belenenses entrou melhor e criou mais perigo, o golo vinha sendo adiado por Vlachodimos mas chegaria mesmo ao minuto 70. Aos 78 minutos, Vinicius mostrou que tanto marca como assiste e assistiu de calcanhar Chicão (sim, o aumentativo está de volta), para este quebrar o síndrome de Rafa 16/17. Destacar também que Vinicius continua com mais assistências em 2020 que Ronaldo, Messi, Ronaldinho, Gullit e Nuno Assis juntos. Uns segundos, Gabriel escolheu finalmente as chuteiras dos anos 80 com que queria entrar entrou para o lugar de Cervi, que saiu ovacionado numa ovação que deveria ter sido para Kobe Bryant. Aos 85 minutos, Silvestre Varela foi empurrado pelo fantasma de Yebda (lembram-se certo?) e penalti para os azuis. Um penalti inventado pelo árbitro e confirmado pelo VAR que continua dar show. Na conversão, o ex-quase-bola-de-ouro Licá reduziu.
O Benfica conseguiu aguentar a vitória até ao fim num triunfo muito sofrido, em vésperas de ir ao Dragão. A exibição foi medíocre e pareceu pairar algum nervosismo nos jogadores, num jogo muito equilibrado entre as duas melhores equipas de Lisboa. Terça-feira há mais, frente ao Famalicão para Taça de Portugal e no próximo sábado, o duelo que pode decidir o campeonato, Porto - Benfica.
Notas de jogadores:
Odysseas: 8
Excelente exibição, um dos melhores, defendeu o que pôde e ainda fez umas grandes defesas
André Almeida: 2
Miserável. Tanto no plano ofensivo como no plano defensivo. Entra Tomás, acorda Lage.
Rúben Dias: 7
Esteve seguro, cumpriu e não comprometeu.
Ferro: 6
Mostrou alguma insegurança em alguns lances mas fez uns grandes cortes.
Grimaldo: 5
Esteve melhor que nos últimos jogos mas voltou a ser precipitado e frágil a defender. Quando a razão para um médio ala jogar é o lateral do mesmo lado não saber defender, não é bom sinal.
Weigl: 8
Fez a melhor exibição de águia ao peito, tem vindo a ganhar confiança para levar o jogo para a frente a cada embate, irrepreensível no passe.
Taarabt: 9
Coroou a exibição com um golo e assistência e foi magistral. No dia mundial do Mágico, o nosso mágico regressou à titularidade com um grande nível.
Cervi: 5
Peço desculpa a todos os benfiquistas mas Cervi não me convence. Quando a melhor característica de um jogador é esse ter muita garra, esse jogador não é, por hábito, grande espingarda. Apesar de ter a Mamba Mentality, Cervi toma muitas decisões erradas no plano ofensivo que comprometem jogadas. As vénias deviam ser para os jogadores especiais, já agora.
Pizzi: 4
O rendimento de Pizzi desceu muito nos últimos jogos e além de falhar passes fáceis, não tem acrescentado nada ao jogo.
Rafa: 5
Não foi feliz, falhou algumas receções e desapareceu na segunda parte, apesar de alguns desequilíbrios.
Vinicius: 9
Faz tudo bem. Combina a técnica e o físico de maneira perfeita. Uma excelente assistência e um golo na raça. Grande exibição.
Chiquinho: 7
Entrado do banco, finalmente marcou o tão desejado golo. Entrou aos 66 minutos para o lugar do apagado Pizzi e esteve bem. É um suplente de luxo.
Mamba out.
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