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#BilhetesComHistória SL Benfica 2x1 FC Porto 2004

Em semana de Final da Taça de Portugal, a nossa carinhosamente chamada "Prova Rainha", trazemos um #BilhetesComHistória que marcou um pouco todos nós. O último confronto contra o FC Porto no Jamor, o "Super Porto Europeu".

Aquela vitória no prolongamento, iniciada nos pés do Fyssas e terminada na cabeça do Simãozinho.


Venham daí, e viajemos até àquela tarde de Maio pelas palavras do Ricardo.


Já estamos a sentir o cheiro a porco no espeto e quase conseguimos ouvir as gargalhadas dos lampiões na Mata do Jamor...

O Jogo

SL Benfica 2 x 1 FC Porto (A.P.) 16 de Maio de 2004 Estádio Nacional do Jamor

Marcadores: Fyssas (58') e Simão (104') Onze: Moreira, Armando Sá, Miguel, Luisão, Ricardo Rocha, Fyssas, Petit, Tiago, Nuno Gomes, Sokota e Simão Sabrosa Suplentes: Bossio, João Pereira, Hélder, Argel, Fernando Aguiar, Zahovič e Geovanni Treinador: José António Camacho


Esta é a história de um miúdo de dez anos que se apaixonou pelo Benfica no Jamor.

Corria o ano de 2004, o mundo do futebol andava distraído com o Europeu, estádios novos e a campanha europeia do Porto. Mas o miúdo, só queria ver o Benfica ganhar pela primeira vez.

Fui a este jogo com o meu pai e com o meu padrinho, que infelizmente subiu ao nosso querido 4º anel poucos anos depois. Talvez o facto de ser das melhores memórias que tenho dele, torne este jogo ainda mais especial.

Nunca tinha ido ao Jamor, quando ali cheguei, fiquei encantado. Aquela mata tem esse dom. Jamor rima com família, amigos, minis, bifanas, alegria, gente por todo o lado... rima com AMOR!

No pré jogo, o meu pai comprou uma bandeira que ainda hoje guardo com emoção. O nervosismo deu lugar àquela adrenalina, que tanto prazer nos dá, e depressa chegou a hora de entrar no estádio. Bancada Sul pintada de vermelho e branco, bancada norte de azul.

Começa o jogo, o Porto é favorito, vai jogar a final da Champions na semana seguinte. Mas, o Jamor agiganta quem joga e apoia de coração. Coisa que não faltava naquele Benfica. Havia muito coração, havia muita sede e havia Fehér...

Na primeira parte as oportunidades iam surgindo para o nosso lado. As nossas gargantas continuavam a apoiar, mas faltava soltar o grito maior. O Benfica dominava o jogo, mas à beira do intervalo, um remate forte de Deco, uma defesa incompleta de Moreira, deu a Derlei um golo fácil. As gargantas apertaram e deram um nó de injustiça, mas o futebol é mesmo assim... Há que ir à luta! Foi isso que fez Fyssas. Que jogada brilhante do grego! Contra tudo e todos, com arte e com alma, empata o jogo e solta a merecida alegria de milhares de benfiquistas. Chega o fim dos 90 minutos. O Porto está com 10, o Benfica está melhor, “vamos ganhar!!” dizia eu. A meio do prolongamento, acontece magia, momento que ainda hoje me arrepia cada vez que penso nele. Zahovic arrasta Nuno para fora da baliza, cruza e encontra a cabeça do nosso capitão, o Simãozinho.


GOLOOOOOOO!!!!


Recordo-me da enorme festa e do abraço apertado a 3. Aquele abraço que conta, arrepia e faz valer a pena andar por cá. O resto é história!

Quando soou o apito final, uma alegria enorme invadiu-me o corpo. Chorei compulsivamente, sensação que nunca mais tive na vida. Alguns dizem que foi o fim do Vietname benfiquista, para mim, foi o momento em que o Benfica deixou de ser uma lenda. O Benfica estava ali e dali nunca mais o larguei. A mística do Benfica é ganhar! Tão simples como isso.

O Jamor é por isso um local muito especial. Nunca deixem de lutar por aquele lugar encantado. Se há coisa boa no futebol português é aquele jogo e aquele lugar. Lugar de paixões, de glórias e tardes infinitas. À chuva ou ao sol, a perder ou a ganhar, Jamor sempre!

No fim do dia, sentimento de orgulho no Benfica e honra a Fehér!


Viva o Sport Lisboa e Benfica!


PS: O bilhete está rasgado, porque o ostentei orgulhosamente na escola no dia seguinte. Entre os muitos “Deixa ver!!”, acabou por se rasgar…

▶ Texto da autoria do benfiquista Ricardo Salgueiro

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