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FC Porto – Benfica 3:2 Agressividade e ideias de jogo a decidirem o clássico


A pressão do jogo estava toda do lado do Porto. Havia três cenários para o desfecho deste encontro: O Porto morria, o Porto ficava ligado às máquinas ou saía do coma. Acabou por prevalecer este último e muito por culpa própria do Benfica. Sabemos que o Porto leva o jogo para a dimensão física e que teria muitas ganas para vencer a partida. Não conseguimos contrariar esse jogo físico, nem conseguimos igualar a vontade de vencer do adversário e isso é imperdoável.


O 11 apresentado por Bruno Lage em 433 visava um reforço no meio campo para ganhar segundas bolas. O Porto aposta muito no jogo directo e começa apenas a construir no último terço do campo após ganhar as tão famosas segundas bolas. Ora, BL acabou por valorizar mais a estratégia do adversário. Por vezes a estratégia sai bem, não foi o caso. Para isso pesou muito a diferença dos níveis de agressividade das duas equipas.


Conseguimos a espaços impor o nosso jogo, a reação de Bruno Lage ao segundo golo indicou que ansiava por mais trocas de bola, mais passe e desmarcação mais jogo à Benfica. Na segundo parte quando tivemos mais ascendente no jogo, as paragens e as substituições acabaram por não favorecer a equipa a alcançar o empate e quem sabe uma reviravolta.

Não gosto mesmo nada de falar nestes assuntos, mas é incontornável. A nomeação de Artur Soares Dias era completamente expectável e já estamos habituados a uma arbitragem mais caseira em clássicos no Dragão. A nomeação do senhor que ainda deve estar marcado por causa do arremesso de uma moeda de 5 cêntimos na Luz é, e só pode ser visto, como um ataque ao Benfica. O penalty é ridículo, as agressões de Marega e Pepe não ficam atrás. Não foi o principal motivo da derrota, mas ajudou a tirar o Porto do tal coma. Cabe ao Benfica ir a jogo com estas adversidades e pelo menos igualar a vontade de vencer do adversário. Nota ainda para as tarjas na A1, a casa do Benfica vandalizada, os bonecos enforcados e o fogo de artificio no hotel. Tudo isto, incentivado por um discurso de ódio com a conivência da liga e do patrocínio da nossa comunicação social. Mas o problema continua a ser as tochas e o cartão do adepto é que vai salvar o futebol de português do pantanal em que está inundado.


Quero ainda destacar o forte apoio vindo da bancada do Benfica. A vénia dos jogadores do Benfica à curva visitante foi um gesto de comprometimento e agradecimento que deve sempre ser valorizado. Senti ao receber aquela reverência que iríamos fazer um grande jogo à semelhança do que senti naquele estádio no ano anterior. Os adeptos disseram presente, mas a equipa ficou um pouco aquém. Agradecer ainda a organização por parte do Benfica no apoio à deslocação dos seus adeptos ao Dragão.



Destaques individuais:


6 Vlachodimos

Foi seguro na nossa baliza. Nos golos nada havia a fazer excepto no terceiro em que na minha opinião teve azar. Fiquei com a sensação de que o corte de Ruben Dias ia para fora, mas no momento Vlacho tenta defender. Azar do Benfica e sorte de quem a procurou… Nota ainda para o facto de os adeptos do Porto terem brindado as excelentes exibições do guardião benfiquista com bolas de golfe. Espero que o Vlacho continue forte e não desiluda o topo norte do Dragão.

5 – André Almeida

Está claramente em dificuldades físicas e talvez por isso se tenha lesionado outra vez. Notou-se que na segunda parte estava em esforço. Ainda assim, não foi pelo seu lado que a defesa encarnada teve problemas de maior. Precisamos de um Almeida forte a carregar a braçadeira até ao fim do campeonato.

7-Ruben Dias

Mais uma boa exibição do central português. Nunca virou a cara à luta e a exibição não pode ficar manchada com aquele auto-golo. A sair com a bola também tem estado muito bem, basta analisar o segundo golo benfiquista. Fico com a sensação que com dois Rubens no eixo da defesa tínhamos ganho seguramente.

3-Ferro

O que dizer das últimas 5 ou 6 exibições de Ferro. Não sabemos o que se passa ali. O Porto aproveitou as suas fragilidades colocando Marega a romper por ali. Para alem da falta de concentração e agressividade defensiva esteve péssimo no passe. Todos já vimos a qualidade do seu jogo e sabemos que está ali um grande jogador. Mas está a ser difícil ver estas exibições e não parece ter fim à vista nem explicação. Acorda Ferro!

4-Grimaldo

Foi quem sentiu mais a falta de Cervi. Sentiu muitas dificuldades no processo defensivo. A atacar também mal se viu à semelhança de André Almeida. Grimaldo também parece estar a acusar cansaço.

5-Weigl

Foi um porto seguro na construção encarnada e mesmo tendo visto, e mal, um cartão amarelo, não deixou que isso condicionasse o seu jogo. Ainda assim, senti que devia ter sido mais agressivo no bom sentido.

6-Adel

Jogo de guerreiro. Dentes partidos, socos na cara… Com tudo sito vimos o Adel a querer mudar o rumo dos acontecimentos. Desta vez apanhou pela frente uma equipa mais agressiva e não conseguiu passar a sua magia em campo de uma forma efetiva. Contudo merece um aplauso pela bravura.

5-Chiquinho

Tinha como missão ligar o meio campo ao ataque, coisa que não conseguiu fazer na primeira parte. Na segunda conseguiu a espaços, mas perdeu-se na anarquia tática dos últimos minutos.

4-Pizzi

Opinião exatamente igual à que tenho sobre o Chiquinho. Este com a agravante de na segunda parte ter passado ao lado do jogo. Está completamente rebentado fisicamente. Há mais jogadores no plantel, talvez não com a sua qualidade. Mas desde que entrou a fase de jogar de 3 em 3 dias, que Pizzi não é o mesmo. O seu cansaço leva-o a tomar más decisões, que anula por completo a sua qualidade passando a ser um jogador banal. Pizzi é grande porque decide bem. Precisa de banco.

5-Rafa

Esteve bem no plano ofensivo, participando nos dois golos. Mas a defender esteve péssimo e fica na retina aquele lance com Corona. Dá ideia que Cervi devia ter jogado e Rafa apoiado Vinícius. Rafa raramente conseguiu conduzir um contra ataque.

8-Vinícius

MVP benfiquista da partida. Deu sempre muito trabalho à defesa portista. Autêntico matador a concretizar. Tem sido dos melhores senão o melhor do Benfica esta época. Durante o jogo foi sempre um inconformado com o rumo dos acontecimentos. Entrou para o lote de benfiquistas a bisar no Dragão/Antas, mas desta vez não teve o desfecho desejado. O seu gesto no festejo para com o elemento do staff benfiquista, que está a viver um momento complicado é maravilhoso.

3-Seferovic

Não trouxe nada ao jogo. Más decisões, mau posicionamento. Fica difícil acreditar num jogador assim.

6-Samaris

Veio dar pulmão ao meio campo encarnado e retirou o amarelado Weigl. Esteve bem. É sempre um jogador útil.

NA – Dyego Sousa

Participou na anarquia tática benfiquista no fim da partida. Não trouxe nada ao jogo, mas não foi culpa dele. A bola chegou lá em más condições.

4-Bruno Lage

Na minha cabeça BL pensou que Corona jogaria do lado esquerdo do ataque portista. Daí a não inclusão de Cervi em campo. SC colocando-o a defesa direito ganhou essa cartada. O meio campo a 3 servia para dar consistência e ganhar segundas bolas, mas retirou capacidade para sair e transições. Na segunda parte estávamos a ter um bom desempenho e na altura de dar a machadada coloca Seferovic que não trouxe nada ao jogo e manteve em campo jogadores em défice físico como Pizzi. Os três pontas de lança no fim, não trouxeram nada a não ser chuveirinho sem sentido. O Benfica não sabe jogar assim. O Benfica gosta de bola no chão e de envolvimento coletivo. Não conseguiu mais uma vez contrariar o jogo físico do Porto. É verdade que melhoramos em relação ao jogo da Luz, mas voltamos a não impor o nosso jogo e não merecemos ganhar. Contudo acho que o resultado justo seria um empate.


PS: Decidi colocar esta imagem, porque acho que é isto que deve ser valorizado no futebol. Também teria sido justo uma imagem de adeptos do Benfica. Mas Vini pela exibição merece.


Ganhar ao Fama! Ganhar ao Braga! O 38 continua bem vivo!

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