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Não basta ser o maior, temos de ser o melhor



Maio nunca traz descanso — mas talvez nunca tenha prometido. Finais, decisões, memórias: chamamos-lhes momentos, mas talvez sejam ecos. É simples: a história é antiga e repete-se regularmente. E foi essa mesma história que nos tornou os maiores, só que isso já não basta para garantir um futuro melhor, porque é em cenários emocionantes como os desta semana que todos os sonhos e fantasmas convergem. 


Nesta mui longa semana de maio são tantas as decisões importantes como os títulos de campeão — em várias modalidades — em jogo. Dir-me-ão que estar na luta até ao fim é de realçar. Indiscutível. Mas isso não chega para ser o melhor. Isso apenas demonstra que somos competitivos — por qualidade técnica, profissionalismo ou investimento.


Ser o melhor é algo mais do que a presença nas decisões. É ter a certeza (não há absolutismos em nada) de que a vitória chegará. É confiar nos nossos. É saber que fazemos parte. É acreditar vivamente no De Muitos, Um.


A história é cíclica. Já vivemos isto no passado. E voltaremos a viver no futuro. Longe de mim, pensar que este é o pior momento do nosso clube, nem será sequer o mais emocionante, mas é o presente. E isso conta tanto.


Temos de trabalhar todos os dias para ser o melhor. Repito: temos de trabalhar todos os dias para ser o melhor. Porque só o trabalho garante o resultado que pretendemos: vencer. Repito-me propositadamente, porque é fundamental que isto seja o nosso mantra: ouvir, pensar, fazer, errar, corrigir, melhorar, ouvir, fazer, superar e ganhar. A nossa história só pode ser esta. 


Vivemos demasiados anos embriagados pelo sucesso — aparentemente — fácil. Isso não pode acontecer, não pode repetir-se, não é a nossa essência. Não podemos ser vítimas da soberba ou da arrogância. Isto tem de ser claro para dirigentes, jogadores e adeptos.


É indiscutível que somos o maior, mas isso é um canto da sereia e serve de pouco. Se queremos um quase enfadonho acumular de títulos em todos os desportos e escalões; se sonhamos com uma Luz aterradora para os outros e aconchegante para os nossos; até se pretendemos ser o clube — e SAD — mais saudável financeiramente; tudo isto só se consegue com trabalho. E exigência.


Temos a obrigação de ser exigentes com os nossos dirigentes — e com as suas escolhas — pois eles devem ser o paradigma dos nossos valores. Naturalmente, isto significa priorizar os interesses coletivos aos seus individuais. E isto também os obriga a tomar posições fieis à nossa história em situações como ataques a jogadores, a adversários, aos valores que nos tornaram os maiores e até aos nossos próprios adeptos. 


Devemos ser exigentes com os nossos jogadores e o que representam — os atuais, passados e potenciais. Mas, atenção, isso também pode ser complexo. Exigir também traz responsabilidade e capacidade de análise. Temos de evitar cair na crítica fácil, perceber e analisar contextos porque até podemos perder mas temos sempre de ganhar. As nossas derrotas têm de trazer aprendizagem, e se um jogador perceber isso, então, estamos mais perto de ganhar.


Finalmente, os adeptos. Também temos de ser exigentes connosco e com os nossos. Socorro-me do conceito — e título de livro — “O Espetador Emancipado”, de Jacques Rancière. Não podemos ser passivos, conservadores ou apáticos. O Sport Lisboa e Benfica precisa do melhor de nós, em todos os momentos: Assembleias Gerais — como quando modernizamos os Estatutos —; estádios e pavilhões — importar o ambiente dos aways para a Luz; nos cafés e casas — mostrando aos nossos e aos adversários que o amor ganha sempre ao ódio.


Nos próximos dias, vamos ter várias decisões importantes para o mundo benfiquista, mas há uma mais mediática do que as restantes. Não vale a pena mentir, estamos todos a pensar no mesmo. E sobre esse dia, faço minhas as palavras do Fábio: 


⋆ E Pluribus Unum ⋆

MCMIV

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