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Paços de Ferreira - Benfica: Rafa e o espaço, 4 centímetros e mais 3 pontos

Eis que chega a segunda volta para o campeão de Inverno, sim o Benfica é o verdadeiro campeão de Inverno. Esta modernice da taça da liga coroar o campeão de Inverno não soa nada bem. Foi à 18ª jornada do campeonato que o Benfica alcançou a 18ª vitória seguida em jogos fora nesta competição. Começa a ser difícil adjetivar a performance do Benfica com Bruno Lage ao leme na liga portuguesa.


Este jogo suscitou-me curiosidade para aferir a atitude competitiva com que Benfica ia encarar esta partida. Foi o primeiro jogo com a almofada dos 7 pontos, contudo o comprometimento estava lá. Presidente e treinador à saída de Alvalade, relembraram a fantástica recuperação que obtivemos durante o ano passado. Pediram então para que não se entrasse numa onda de confiança excessiva e as palavras de ordem foram no sentido de menosprezar qualquer zona de conforto que pudesse existir. Os jogadores do Benfica, esses, cumpriram esta máxima à risca.


A outra curiosidade que trazia para este jogo chamava-se Rafa. Era quase certo que entraria no 11 depois de ter carimbado e assinado a curta lista de lendas do derby da capital. A qualidade deste Rafa não pode estar amarrada a um banco de suplentes. Cervi vinha fazendo grandes exibições no lugar habitual de Rafa, mas sabemos que este consegue, e bem, fazer o papel de segundo avançado. Como as exibições de Chiquinho vinham em sentido contrário às de Cervi, era previsível que víssemos Rafa a apoiar Vinícius na frente de ataque. Esta tese acabou por dar excelentes resultados e a estratégia assentava mesmo nas características do craque português. A maior parte das ocasiões criadas surgiram dos seus movimentos tanto entrelinhas como nas costas da defensiva pacense. Rafa oferece uma panóplia de soluções ao jogo do Benfica que Chiquinho não consegue dar. Não querendo ser injusto com Chiquinho, que acredito que ainda dará muito jeito ao Benfica para o que resta da época. Mas Rafa tem explosão, golo, ataca o espaço, progride com bola, parte para cima dos defesas, excelente entendimento com Pizzi e atitude! Todos nos lembramos daquele puxão ao João Félix no Dragão. Estará encontrada a solução para o problema do segundo avançado? Eu acredito que sim, mas só o tempo o dirá com certezas.


Não gosto muito de falar neste tema, mas não há volta a dar. A arbitragem em Portugal continua fraquinha. Hoje foram as faltinhas sem sentido, amarelos escusados (cara do Weigl diz tudo…) e os 4 centímetros. Todos já lemos sobre o assunto e vão surgindo estudos de Inglaterra a comprovar que a questão do fora de jogo com recurso ao VAR tem de ser revista. Meus amigos, 4 centímetros é menos que a diferença de um frame, menos que a largura das famosas linhas. 4 centímetros é a boa ou má vontade de um senhor que está sentado em frente a uma série de ecrãs no Jamor. Não custa nada dar ao futebol o que de melhor tem, o golo. Fui educado a gostar de futebol respeitando o ataque em caso de dúvida. Hoje, o golo perdeu para os 4 centímetros. Hoje, perdeu o futebol.



Destaques individuais:


Vlachodimos – 6

Outra noite tranquila do guardião grego. Pouco trabalho, mas ainda fez uma ou outra boa defesa em lances de bola parada. Contudo, acho que não há necessidade de ir socar bolas ao chão Ody…


André Almeida – 7

Jogo com personalidade do capitão. Seguro a defender e a aparecer por vezes em zona de finalização. Sempre bem colocado a dar largura.


Rúben Dias – 8

Imperial mais uma vez a defender. Deu confiança ao seu parceiro do lado e uma bela assistência para o primeiro golo benfiquista. É o nosso líder na linha defensiva.


Ferro – 7

Depois de algumas más exibições, talvez por ter andado a jogar tocado e com pouco tempo de descanso… O que é certo é que voltou ao nível a que nos habituou. Precisamos de um Ferro a construir, prova disso é o segundo golo.


Grimaldo – 7

Talvez devido à estratégia, hoje não teve tão participativo no ataque uma vez que a ordem era explorar as transições rápidas. Defendeu bem, tal como toda a equipa. Destaque para uma assistência para o falhanço incrível de Seferovic e para um livre muito bem batido na parte inicial do jogo.


Weigl – 7

Jogo a jogo, temos visto o internacional alemão a melhorar e estar cada vez mais entrosado. Raramente perde a bola. Joga sempre pela certa e sabe os terrenos que tem de pisar. Se joga assim com semanas de Benfica, os próximos meses deixam-nos com água da boca.


Gabriel – 8

Se Rúben Dias liderou a defesa, Gabriel liderou o meio campo. Jogou e fez jogar. Lançou o Benfica nas tais transições ou meteu gelo no jogo quando se impunha. Também a defender se fez notar.


Pizzi – 7

Um jogo em que decidiu quase sempre bem como é seu apanágio. Por vezes teve dificuldade em acompanhar a linha ofensiva tal era a velocidade.


Cervi – 7

O pequeno argentino não virou a cara à luta mais uma vez. Importante nos equilíbrios defensivos e na recuperação. Num campo difícil como o do Paços, é bom poder contar com a sua bravura.


Rafa – 9

MVP! Já dediquei grande parte deste texto ao Rafa e confesso que me faltam adjetivos. Exibição portentosa coroada com um golo e uma assistência. Foi a maior dor de cabeça do Paços e o treinador do B SAD já deve andar a matutar numa forma de o parar. Veremos se a sua forma ainda irá subir. É isso que se esperar dada a longa paragem a que foi sujeito. Verdadeiro reforço de janeiro!


Vinícius – 8

Atacou muito bem a profundidade. Sacou cartões. Marcou e, não fossem os malditos 4 centímetro, também teria assistido. Os seus piques deram corpo à estratégia montada para o jogo. Já o vimos a fazer excelentes assistências em apoios frontais, ou seja, jogando mais fixo na área. Hoje foi um verdadeiro velocista a atacar a profundidade. É mais um jogador a oferecer várias soluções ao nosso ataque. Mais uma grande exibição do ponta de lança!


Adel – 6

Entrou demasiado tarde a meu ver. Podia e devia ter entrado mais cedo. Esteve bem na missão de controlar o meio campo.


Seferovic – 3

Não se pode falhar uma bola daquelas. A atitude quer jogue 10, 45 ou 90 minutos tem de ser a mesma! Mesmo descontando o falhanço, não trouxe nada ao jogo. Precisamos de um Sefe focado e com ganas.


Jota – N/A

A substituição dos 90 ia alternando entre ele e o CL7. Agora que já não tem essa concorrência pode ser que se lembrem de lhe dar mais minutos. Está ali jogador…


Bruno Lage – 7

Montou a estratégia com base nas transições rápidas. Para isso contou com a velocidade da linha ofensiva benfiquista e o atrevimento do Paços de Ferreira. O tempo que teve para preparar este jogo também terá ajudado com certeza. Notou-se que esta vitória teve dedo de treinador. Vimos algumas jogadas tiradas a papel químico o que atesta essa ideia. Deu muitas vezes a iniciativa de jogo ao adversário e explorou as suas costas. O único aspeto negativo a meu ver foi, mais uma vez, a demora nas substituições. Deu o controlo das operações ao Paços entre os 60 e os 70 minutos, tal como admitiu a seguir ao jogo. É verdade que os 3 pontos nunca tiveram em risco, mas a entrada de Taarabt acabou por equilibrar a equipa.


Venha o B SAD e mais 3 pontos! Carrega Benfica!

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