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A metáfora do rebanho, a alma do Benfica

▶ Texto enviado pelo benfiquista Flávio Horta


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NOTA: A opinião aqui transmitida é da inteira responsabilidade do seu autor e não representa, necessariamente, a opinião do Benfica Independente.

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O Benfica, essa entidade feita de paixão destrutiva e glória intermitente, está condenado a reviver a fábula. Não é um clube, é uma parábola moral sobre o poder. E o rebanho, fatigado de ser tosquiado, observa os seus líderes com um misto de esperança moribunda e raiva justa.


Os Lobos já os conhecemos. Têm nome e sobrenome, e o seu legado tem o cheiro a bafio das salas escuras. Vieira é um dos exemplares mais notórios, a face visível de uma casta que vê na águia um animal de carga e não um símbolo. São predadores de instinto, de garras à mostra, e a sua violência é a do assalto financeiro.


Mas o que enoja, o que fere mais fundo na alma do Benfiquista, não é o Lobismo descarado. É a figura do Cordeiro Maquilhado. E aqui, Rui Costa não pode mais refugiar-se na simpatia fácil de quem pisa o relvado. A inocência, no topo, é muitas vezes a face mais polida da inação. É agradável de ver, sim, mas não tem o cheiro a pólvora da proteção.


O que se exige, então, não é um lobo (que destrói por dentro) nem uma ovelha (que apenas agrada). O que se exige é um Cão Pastor!


O Cão Pastor, vejam bem, não tem a beleza plácida da ovelha nem o charme sinistro do lobo. É um animal de empenho, de olhar fixo e de lealdade selvagem. A sua violência, se for necessária, não é para usurpar, é para defender. É o guardião que se interpõe, o que ladra ao perigo e não hesita em morder, se o perigo ameaçar o seu rebanho, a sua cor.


O Benfica não precisa de mestres de cerimónias nem de tiranos dissimulados. Precisa de Arquitetura e de Sangue, de quem saiba que a gestão de uma paixão de milhões é um trabalho de enorme responsabilidade, que exige a frieza de um engenheiro e o coração de um herói. Um Cão Pastor. Que use o colete de cabedal da determinação e a argúcia da disciplina. O rebanho espera. E o tempo, já o sabemos, não perdoa quem tarda a encontrar o seu verdadeiro guardião.

 
 
 

⋆ E Pluribus Unum ⋆

MCMIV

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