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Foto do escritorMagda Pedro

Fez-se Luz

Não, este não é um texto sobre as eleições do Sport Lisboa e Benfica. :)


O ano passado, numa rede ao lado, escrevia umas palavras sobre o aniversário do Estádio do Sport Lisboa e Benfica, volvido um ano pego nessas palavras para vos escrever sobre a casa mais linda do mundo.


Há 17 anos, neste mesmo dia, daqui de casa saíram 3 adeptos com os olhos a brilhar. Bilhetes arranjados por um amigo que esteve uma noite na fila à espera do bilhete dourado.

Aqui em casa, o sénior há muito que ia ao estádio, depois levou o meu irmão, depois levou-me a mim. Era sempre uma viagem a casa, que foi evoluindo conforme o tempo assim ditou. A espera junto à mítica rampa 4, a volta ao Estádio com paragem no mural de azulejos que homenageava os sócios, o fazer fila para entrar duas horas antes do apito e o guardar com o cachecol uns lugares para quem chegava mesmo em cima da hora. Ocasionalmente assistia-se a um jogo no campo nº 2 ou íamos às modalidades naquele emblemático pavilhão, que depois por uma porta lateral dava acesso à bancada. São tantas as memórias. Fui feliz no Estádio do Sport Lisboa e Benfica à minha maneira, pois não vi conquistas, não festejei campeonatos, mas bebi da mística. Via nos olhos do meu pai todos os golos que ele lá tinha vivido.


A despedida não foi fácil, apesar da minha tenra idade, era a despedida de um lugar que eu sentia a minha casa. À medida que íamos aos últimos jogos na antiga Luz, víamos crescer ali ao lado um mais moderno estádio, com mais conforto, etc.

Vi-te nascer do nada, ser construído em tempo record, e de duas em duas semanas a evolução e curiosidade aumentava.


No dia 25 de Outubro de 2003 saí de uma casa, naquele dia de chuva, sabendo que regressava à minha outra casa. Uma casa diferente a que faltavam as conquistas, os títulos, que estava despida. Mas assim que se põe um pé lá dentro... Encheu-se de mística, de amor, de Benfica.

Desde esse dia que fiz de ti a minha segunda casa, o meu porto de abrigo, aquele sítio que acontecesse o que acontecesse me estava guardado.


Há um ano, mal sabia eu (e todos nós) que hoje estaria aqui a escrever um texto de parabéns estando há quase oito meses sem ver um jogo ao vivo no Estádio. Damos tudo por garantido, até eu, que numa fase menos boa não ia à Luz com tanta assiduidade, sabia que tinha o meu porto de abrigo de braços abertos para me acolher sempre que precisasse.

Nestes oito meses já fui à Luz, matar saudades, sentir o ar mais puro que por lá se respira. Mas faltam as pessoas, faltam os abraços a estranhos sentados ao nosso lado, faltam gritos de golos, faltam assobios, falta tudo.


Não sei quando vou poder voltar a casa, mas sei que nestes 17 anos de vida abraçei-te o mais que pude, tentei passar para ti toda a mística que trazia do velhinho ao lado, festejei títulos como nunca havia feito, gritei pelo Benfica como nunca tinha gritado.


Apesar da distância física, hoje relembro com carinho a tua inauguração. Isso, hoje, será suficiente para me fazer sorrir.


Por mais anos ao teu lado, por mais histórias, por mais abraços, por mais olhares e eternos minutos a contemplar a tua beleza.


Por mais Benfica.


Parabéns ao Estádio do Sport Lisboa e Benfica!


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