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O Messias

▶ Texto enviado pelo benfiquista João Francisco 


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NOTA: A opinião aqui transmitida é da inteira responsabilidade do seu autor e não representa, necessariamente, a opinião do Benfica Independente.



Nos últimos dias tem-se falado (ainda mais) das próximas eleições no Sport Lisboa e Benfica e, naturalmente, dos candidatos às mesmas. Este tópico parece ter atingido o seu pico após a capa do jornal A Bola que nomeia os potenciais (para já) 7 candidatos. As redes sociais incendiaram-se na defesa do candidato preferido de cada Benfiquista e no ataque ao(s) candidato(s) de menor agrado.


Estas atitudes preocupam-me enquanto sócio e Benfiquista, pois quer uma quer outra parecem-me convergir no reflexo daquilo que é uma mentalidade pertinente de abordar: a busca desesperada de um Messias para o Benfica. Alguém que só ele poderá salvar uma instituição centenária como o Sport Lisboa e Benfica. Tenho assistido ao endeusamento de (supostos) candidatos desconhecendo os atuais planos, visão e equipa executiva dos mesmos, apenas porque alguém que o acha o mais indicado para o cargo sente a necessidade de o colocar num patamar de omnipotente.


Esta mentalidade, não sei se Portuguesa se Benfiquista, tem que ser eliminada do clube. Há candidatos que serão mais ou menos capazes, com um currículo mais ou menos adaptado às exigências do futebol moderno (ou rodeado de quem o tenha), mas o que tenho sentido é um verdadeiro culto ao líder. Um seguimento messiânico cego que tantas vezes foi e é criticado aquando doutros líderes idos.


Não quero com isto dizer que estou contra os tão falados "timings" das apresentações das candidaturas (qualquer timing para mim é bem-vindo), tão pouco que se discutam candidatos e ideias. É vital para a instituição Benfica que haja este interesse quer dos candidatos pelo cargo quer dos sócios pelo assunto, e é mais importante ainda que se examinem as propostas de cada candidatura ao detalhe. O que me desagrada é o tom de evangelho com que o tema é discutido.


O Sport Lisboa e Benfica dará, espero, um bom exemplo de democracia em outubro (ou ainda antes), com um tremendo número de votantes e até de candidatos, só peço aos meus consócios que aprendamos com os “nossos” erros. Os últimos 30 anos mancham os pergaminhos do Incomparável, mas somos nós quem tem a capacidade e a obrigação de fechar este ciclo e inverter a tendência. Está nas nossas mãos, e não nas de alguma divindade. Saibamos escrutinar desinteressada e racionalmente os programas eleitorais e os consócios pretendentes ao cargo que qualquer um de nós sonhava ter o privilégio de exercer.


Quantos mais candidatos, projetos, ideias os sócios tiverem por onde escolher, mais hipóteses teremos do Benfica voltar aos patamares nos quais devia estar sempre. Mais candidaturas são motivo de orgulho e de maior responsabilidade na escolha, nunca motivo de medo, até porque pluralidade é Benfica, e o Benfica nunca pode ter medo de ser Benfica.

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