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Quo Vadis Benfica

14/08/2020.

Já depois de assegurado o regresso de Jorge Jesus, o Benfica anuncia as contratações de Vertonghen, Everton e Waldschmidt. O defeso prometia - aquisição de excelentes jogadores, em bons negócios e para posições carenciadas. Ao contrário de mercados anteriores, o clube parecia empenhado e criterioso nas contratações, aliado a um forte investimento!

Pura ilusão … O que parecia ser o mote deste período, tornou-se a excepção. O mercado fechou e o que sobra é um plantel inacabado, com diversas lacunas (algumas delas transitam há anos) e a clara ideia de que o “Benfica Arrasador” ficou-se pelas promessas. Pior que isso, nem sequer há evidências de uma superiedade inequívoca em relação ao nosso rival intervencionado. Mas vamos por partes.

Na lateral direita, o pesadelo não termina. É inacreditável que, ano após ano, o Benfica continue a ter um elemento da mediocridade de André Almeida como titular. O jogador português é constantemente um dos pontos fracos da equipa, tanto defensivamente como ofensivamente. Mentalmente é fraquíssimo, sendo dos primeiros a quebrar na adversidade. Tê-lo diversas vezes como capitão do Benfica é uma alarvidade, um ataque à História do clube. Gilberto é um fracasso condenado à partida, mas surpreende que um elemento escolhido por Jorge Jesus nem sequer tenha minutos face à concorrência patética (quando o Braga tem um Diogo Figueiras encostado e o Benfica apresenta este leque …). Veremos se Diogo Gonçalves poderá ser a solução de ter, pelo menos, um jogador razoável para a posição.

No centro da defesa, uma dupla Otamendi – Vertonghen não é propriamente desanimadora. A grande questão é – face à idade e indíces físicos, aguentarão 50 jogos? Não me parece, e a Jorge Jesus também não, que pediu, ineterruptamente Rúben Semedo. Resposta de Mendes, perdão, Vieira? Todibo. De um jogador português, já com alguma experiência e conhecedor das ideias do treinador encarnado, passa-se para uma incerteza, com pouco mais de uma dúzia de jogos enquanto profissional (ainda bem que Jorge Jesus referiu que para estas posições queria jogadores experientes) e um percurso fracassado no Schalke (o contexto não era o melhor, mas o francês fez mais parte do problema do que da solução). Jardel já não tem condições para este nível e Ferro é tão da confiança de Jesus, que preferiu lançar uma dupla composta por um jogador que acabara de regressar de lesão e outro que nem há uma semana estava no clube.

No meio-campo, será Gabriel o pivô nos jogos de maior exigência? Será Pizzi a alternativa a Taarabt, que além de alguma incosntância, raramente dura os 90´ minutos? É claramente um sector que, apesar de haver alguma qualidade, não dá totais garantias de momento, e as partidas para já efetuadas demonstraram isso. Em partidas que exigem um grande pendor ofensivo, há várias parelhas que podem funcionar, já frente a adversários mais fortes…

No ataque, Darwin é um bom projeto de jogador. Fortíssimo fisicamente, rápido, inteligente e com forte remate. Agora, quando se fala desta forma de um elemento que custou 25 M(!), a situação muda de figura. Na nossa realidade, um investimento destes deveria ser por alguém que de forma clara se assumisse como figura da equipa, como uma estrela do campeonato (tal como Everton) e não me parece, pelo que já foi dado a conhecer, que Darwin possa ser esse jogador no imediato.

Podia-se ir muito mais profundo – Odysseas continua a apresentar debilidades evidentes fora dos postes e com os pés, tendo uma alternativa insuficiente, a lateral esquerda não é propriamente entusiasmante (Grimaldo parece que defende cada vez pior, Nuno Tavares demonstra falhas preocupantes em aspetos básicos como na recepção de bola), Waldschmidt não tem propriamente uma alternativa direta etc.

O mercado revelou-se insuficiente, transparecendo – novamente – que o planeamento foi insuficiente. O Benfica perdeu mais uma oportunidade de distanciar-se do Porto, tal como já vem sendo apanágio. O nosso rival num dos períodos mais complicados da última década continua a receber dádivas de Luís Filipe Vieira e companhia.


▶ Texto enviado pelo benfiquista Tiago Martins.

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