A assembleia eleitoral do dia 28 de outubro será o ato eleitoral mais esperado desde as eleições históricas de 2000. Quatro candidatos à presidência do Sport Lisboa e Benfica, são uma manifestação da vitalidade do nosso clube. Em 2020, apresentam-se quatro alternativas para os sócios, e ainda bem.
Quando se falou durante essa campanha eleitoral sobre o presidente Luís Filipe Vieira, a palavra „gratidão“ foi utilizada com frequência. E com toda a certeza, Luís Filipe Vieira merece a minha gratidão. Nem vale a pena, enumerar os projetos, que foram concretizadas durante os mandatos dele. Estádio, Seixal, BTV, Museu, a recuperação financeira, o Tetra, e assim por diante. Nada disso existia há 17 anos.
Mas „gratidão“ é uma palavra, que não me diz nada, quando penso no meu voto na próxima quarta-feira. Porque a gratidão é direcionada para o passado. É o reconhecimento de algo, que já foi feito, por muito importante que tenha sido. O que me interessa na quarta-feira, é só o futuro.
Enquanto escrevo essas linhas, o número de infetados de Covid-19 não pára de aumentar. Até foi preciso alterar a data das nossas eleições por causa de uma pandemia, que ainda nos vai preocupar muito mais tempo, do que talvez queiramos acreditar.
A pandemia é - e será no futuro - um desafio gigantesco para cada um de nós. Um desafio gigantesco para as sociedades civis, para a economia global, e também para o mundo do futebol. Até estranhei um pouco o facto, que essa ameaça real foi um assunto praticamente inexistente durante a campanha eleitoral.
Durante os próximos tempos, mesmo os clubes mais poderosos, vão enfrentar desafios completamente desconhecidos até agora. Como gerir um orçamento, sem público nas bancadas durante um período incalculável? Como vão reagir os patrocinadores e outros parceiros, quando já não conseguem atingir as metas, pelas quais pagam muito dinheiro? E existem muito mais perguntas, para as quais ainda ninguém tem uma resposta.
Nesses tempos de uma crise global, eu confio numa liderança com provas dadas. Confio numa liderança, que conheçe as estruturas e os mecanismos, ao nível interno e externo. Talvez tenho essa confiança, porque vivo na Alemanha. Num país, em que também nem tudo corre às mil maravilhas. Mas que neste momento está relativamente bem, porque pode contar com uma liderança experiente, que se orienta unicamente naquilo, que é oportuno e possível. Para mim, tempos de crise não são tempos de promessas, mas de provas dadas.
Mais um ponto, para mim não menos importante: Como sócio que vive no estrangeiro, posso participar hoje em dia de uma forma na vida do meu clube, que antigamente era impensável. Claro, que tudo isso seria impossível sem as inovações tecnológicas da última década. Mas a tecnologia é apenas uma ferramenta. O que é preciso, é a vontade de utiliza-la.
Mesmo vivendo a quase três mil quilómetros de distância do Estádio da Luz, sempre senti, durante os últimos 17 anos, essa vontade do meu clube. A vontade, de me abrir as portas. Nas inúmeras ocasiões, em que estive em contacto com o meu Benfica, sempre me senti bem-vindo. Senti um espirito inclusivo e democrático, que, para mim, vale mais do que mil intenções.
Para terminar, quero mandar um abraço para todas e todos, que vão exercer o seu direito de voto na quarta-feira. O Benfica precisa de cada um de nós, independentemente da lista, em que vamos votar.
Todos juntos somos o Sport Lisboa e Benfica.
NOTA: A opinião aqui transmitida é da inteira responsabilidade do seu autor e não representa, necessariamente, a opinião do Benfica Independente.
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