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Custa digerir dias assim…

▶ Texto enviado pelo benfiquista Iúri Barros 


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NOTA: A opinião aqui transmitida é da inteira responsabilidade do seu autor e não representa, necessariamente, a opinião do Benfica Independente.




A passada segunda-feira foi um desses dias, pois foi a amostra do que tem sido o Sport Lisboa e Benfica nos últimos anos no campo das modalidades de pavilhão. Disputámos dois derbies, em voleibol e hóquei patins masculinos com o nosso eterno rival, Sporting. Perdemos os 2 jogos, embora a derrota do voleibol, tendo me custado, não se compara ao nível do que me custou a do hóquei em patins e passarei a explicar de seguida.


No voleibol, mesmo tendo entrado mal no jogo e tendo tido momentos de recuperação, encontramos um adversário forte, com projetos estruturado e bem reforçado que explorou bem os pontos fracos do Benfica. Apesar da derrota, a final está 2-1 para o Benfica e pelo trabalho que a secção de voleibol tem desempenhado nos últimos anos, acredito queremos conquistar o hexacampeonato no pavilhão João Rocha.


Falando do hóquei em patins - essa derrota sim, está e vai ser dura de digerir. É incompreensível, dado o investimento feito pelo Benfica, que é completamente fora do panorama nacional, sofrer uma humilhante, sim, humilhante derrota com o Sporting por 4-2 e assim, permitir que o rival aceda à sua terceira final da Taça de Portugal em 30 anos, tendo o SCP conquistado a sua primeira Taça de Portugal da modalidade em 35 anos. Pela qualidade e investimento feitos nesta época, os benfiquistas não estavam à espera de menos do que a conquista de todas as provas internas e externas em que o Sport Lisboa e Benfica estivesse inserido na modalidade. A realidade é que Taça de Portugal já não será conquistada, o primeiro lugar na fase regular do campeonato nacional não está garantido à entrada da última jornada e a Liga dos Campeões, embora estejamos na Final4, não está nem de perto nem de longe garantida. Enquanto pessoa que acompanha a modalidade há muitos anos, estava esperançoso que o Benfica tivesse uma equipa demolidora e que não desse hipótese a qualquer equipa nem em Portugal nem na Europa. Mas infelizmente, é algo que não acontece.


Agora, fazendo um paralelismo com o clube como um todo, quando mentalidades derrotistas e com frases feitas como “temos que aceitar”, “não se pode ganhar sempre”, entre outras, representa tudo menos aquilo para que o Sport Lisboa Benfica foi fundado - ser o maior clube do mundo.


Eu cresci numa fase em que o Benfica esteve perto de garantir uma hegemonia no futebol nacional, vi essa Esperança fumar-se e agora vejo o clube definhar diante dos meus olhos. Mas quando peço o mínimo olímpico às equipas, que é o de vencer, eu e muitos outros somos chamados de “garotões”, “exigentes”, “pulhas”, entre outras coisas.


Não sei se os benfiquistas se mentalizaram, mas este ano podemos ter o nosso Eterno rival a vencer o seu primeiro bicampeonato em 7 décadas e a fazê-lo na nossa casa. Falo por mim quando digo que isso a acontecer, seja talvez das maiores humilhações da nossa gloriosa e centenária história. Se para outros não o é, talvez devam conhecer melhor a história do clube que tanto dizem amar.


Peço desculpa se é muito voltar a pedir o Benfica que ouço os meus avós e o meu pai contarem. Um Benfica associativo (muito têm feito para matar o espírito crítico e associativo do clube, mas felizmente, tem surgido uma nova geração de sócios benfiquistas, da qual faço parte com muito orgulho, que tem feito tudo para recuperar esse espírito), um Benfica interventivo nas diferentes entidades e federações (não compreendo o departamento de comunicação do clube, que muitas vezes não defende o clube quando é prejudicado nos campos das modalidades, mas está sempre pronto automaticamente a desmentir notícias que saiam na comunicação social), mas acima de tudo, um Benfica ganhador e com valores, valores esses que se estão a começar a perder. E o ganhar está-se a tornar cada vez menos habitual no clube.


Por isso, digo: Chega desta tacanhez, chega da cultura de silêncio, chega de mentalidades derrotistas e perdoem-me o termo, chega de mansidão quem gere os destinos do clube e está mandatado para tal. Defendam os povos do Benfica e não usem o usem para se defenderem a vós próprios. Defende o Benfica com todas as forças que têm, pois se o fizerem, sabem que terão milhares de sócios e milhões de adeptos convosco.


Tanto apelam à união, mas quando é preciso e quando estamos perante momentos históricos da história do clube, remetem-se ao silêncio. Para terminar e citando um dos grandes presidentes da história do Sport Lisboa e Benfica, Duarte Borges Coutinho: “O Benfica não pode ter medo do Benfica!”.

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