Ponto prévio – o regresso de Jorge Jesus é, do ponto de vista desportivo, uma grande notícia para o Benfica, sendo um enorme upgrade em relação aos seus antecessores. Jesus é dos melhores treinadores do mundo ao nível do treino e tem deixado marca por onde passa - ajudou o Benfica a quebrar a hegemonia do Porto, colocando a equipa a jogar um futebol de nota artística elevada e potenciando uma série de jogadores, revolucionou o Sporting, colocando o clube mais perto do título nacional e arrasou no Flamengo, com um desempenho histórico e repleto de conquistas.
Posto isto, parece evidente que o afamado “projeto” de Luís Filipe Vieira fracassou, e as consequências só não foram mais nocivas face à quebra do Porto, que se tem apresentado debilitado desportivamente e financeiramente nas últimas épocas. A gestão desportiva tem sido inenarrável, dando ideia de ser guiada por interesses de empresários e caprichos pessoais. Estes erros foram potenciados pela inércia dos treinadores encarnados que, aliado ao défice de competência para o nível exigido, demonstraram sempre muita passividade face aos plantéis que lhes eram apresentados. A própria questão da formação – uma das bandeiras dos últimos anos do clube – tem sido francamente mal gerida, com vários jovens a serem lançado às feras sem a mínima preparação e enquadramento, prejudicando dessa forma a sua evolução.
A presidência de Luís Filipe Vieira tem-se tornado cada vez mais absolutista, com o líder encarnado a chamar a si os mais diversos poderes e decisões. Também nesse sentido, a vinda de Jorge Jesus poderá ser benéfica, dado que o amadorense, ao contrário de Rui Vitória e Bruno Lage, não abdica de exigir um elenco à sua imagem. Noutro âmbito é importante referir que o Benfica vem de uma temporada vergonhosa, independentemente do que possa acontecer na final da Taça de Portugal. A resposta teria que ser forte, e a vinda de Jorge Jesus por si só não resolverá todos os problemas do clube. São necessários, no mínimo, quatro reforços que entrem diretamente no onze (defesa direito, central, extremo direito, segundo avançado), sendo que o ideal para o plantel era que chegassem uns 10 elementos (há várias alternativas insuficientes para o patamar exigido).
▶ Texto enviado pelo benfiquista Tiago Martins.
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