S/S Benfica 1993/94 Away
Hoje faço 44 anos. Rumores há que vejo números de forma diferente e de forma sempre contextualizada com o Benfica e assim sendo o 44 para mim salta à vista como 4-4. Sim, esse. De Leverkusen. E por isso, trago-vos hoje a camisola alternativa da época 1993/94.
Dos designs mais bonitos e apreciados pelos adeptos: da saudosa Hummel, passando pelo branco da camisola, culminando num patrocínio simples e discreto.
Da época no geral já escrevi aqui. Permitam-me que fale naquele jogo em particular.
Venho de uma família sem grande historial de paixão pelo futebol. Ninguém em casa me mostrou, ninguém me influenciou. Fui eu que descobri o Bento e chorei quando partiu a perna no México. Fui eu que fui para a escola falar em Van Basten e em Dasajev e aquele golo do Euro baralhou tudo. Mas depois, e com a chegada do Liceu, fui-me munindo de amigos que partilhavam os mesmos gostos que eu e fortalecendo a minha paixão pelo Benfica.
Em Março de 1994 já estava no 11º ano. E já tinha seguido esta época com proximidade. A proximidade que Castelo Branco, os relatos de rádio e alguns jogos com "honra de transmissão televisiva" tornavam possível. E nessa noite, esse jogo passou na TV. Eu comi à pressa e fui ver o jogo no quarto. Lembro-me bem de estar nervoso pelo que queria sossego. E vi o jogo sentado na cama.
Lembro-me do 1º golo do Ulf Kirsten ainda na primeira parte e o no 2-0 pensar "já fomos"... mas no minuto seguinte Abel Xavier marca e logo a seguir JVP faz o 2-2 que nos colocava na fase seguinte da taça das taças! Incrível!
Mas mais incrível ainda a 10 minutos do fim Kulkov marca o 2-3 e agora sim! Este já não foge!!
O coração batia a mil. E Kirsten bisa logo a seguir. "sem problemas, 3-3 passamos pelos golos fora". Golo deles. 4-3. £oda-se...
Mãos na cabeça. Como é possível ir do inferno ao céu e voltar ao inferno em 5 minutos?! Mas que maldição é esta, gostar de futebol, 11 macacos a correr atrás duma bola, mas porque é que eu me meto nisGOOOOOOOOLLLLLOOOOOOOO KULKOV bisa a 5 minutos do fim!!!!
(e não me lembro de mais nada). Não sei se o meu coração parou, se tive de ser reanimado.
Lembro-me da cara da minha mãe, contente por estar radiante e sei que no dia seguinte fui com um sorriso incrível para o liceu. Que lindo é ser do Benfica.
Hei-de ser velhinho (não serei já?) e nunca me vou esquecer deste dia. Tenho esperança que nas novas gerações isto aconteça. Que a cultura do like das redes sociais e dos jogos de consola se esfume e que esta letargia que nos afecta seja superada quando voltarmos aos estádios, fazendo por viver tudo intensamente o que esta pandemia nos usurpou.
Cabe-nos a nós fazermos por isso. Eu estou pronto. Time to Step on! 🎵
Viva o Benfica!
A título de curiosidade:
Esta foi a minha camisola nº 131 do Benfica;
Recebi-a no correio imediatamente antes de rumar a norte para umas sessões de formação que dei no Porto. Calhou que nessa noite o Benfica jogava na Vila das Aves e pude ir ver o jogo (não sem antes ter um belo repasto e convívio na Taberna Rocha Pereira, com um cabrito no forno incrível e um pudim Abade de Priscos fenomenal);
No final desse jogo, que terminou 3-0 para o Benfica e nos fez acreditar no título de 2018/19, combinou-se no parque de estacionamento do Pingo Doce qual seria a logística para uma hipotética ida ao Dragão
Na épocas seguintes, vesti-a no 4-0 na Vila das Aves (já sem público no estádio ) e este ano na vitória 5-0 em Paços de Ferreira. Sempre a subir.
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