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Um ano

Escrevo este texto no dia 1 de novembro de 2021. Passa exatamente um ano que me tornei sócio do Sport Lisboa e Benfica. Já tinha sido sócio em 1999, no Vietname profundo: tenho memória de preencher um cupão do jornal do clube com os meus dados, que inseri num envelope com dinheiro e uma foto tipo passe. Passados uns dias recebi o cartão de sócio. Era o primeiro membro da minha família mais próxima (toda benfiquista) a ser sócio. Passados poucos anos, por acasos da vida, tive de deixar de ser sócio, mas ia acompanhando o clube à distância. Senti que o Benfica começava a perder identidade e exigência consigo mesmo. Senti que o Benfica deixava de ser, paulatinamente, Benfica: não se via o nervo nem a raça que sempre caracterizaram o clube.


Nos últimos dois anos, voltei a estar mais perto do clube, muito por via do Benfica FM e depois de outros projetos do Benfica Independente. Ao mesmo tempo, acompanhava vários projetos dedicados ao clube, e a minha perceção sobre o clube mudou: pode não haver tanto Benfica dentro do clube como gostaríamos, mas ainda há muito Benfica por aí. O Benfica de Maio de 61 ainda vive. O Benfica de Chalana, Shéu e Carlos Manuel ainda vive. O Benfica que ganhou dois a zero nas Antas com golos do César Brito, ainda existe. O Benfica de José Maria Nicolau, Carlos Lisboa (jogador), do Eriksson com o chapéu Macieira, ainda está bem vivo.


As eleições de 2020, independentemente do resultado e do que se passou de negativo durante o ato eleitoral, foram impressionantes: ver quase 40 mil pessoas, no meio de uma pandemia, a participar de uma forma tão marcante na vida do clube, foi incrível. Talvez das coisas mais Benfica que vi em muito tempo. Pensei: “Como é que não faço parte disto?” Dias depois, fiz-me sócio novamente. Se tudo correr bem, desta vez para sempre. Em relação a 1999, encontrei um clube muito mais profissionalizado, com uma forte “componente empresarial” (que é importante), mas senti-me sempre mais tratado com cliente do que como sócio: mas mesmo este ano, com todos os problemas que são públicos, o associativismo ganhou uma nova vitalidade, que se refletiu nas assembleias gerais realizadas, bem como na votação recorde nas eleições do clube.


É verdade que as coisas não estão a 100% no nosso clube e há, claramente, com o futebol à cabeça, muita coisa a melhorar. Mas celebremos o Benfica que há dentro do Benfica. O Benfica da Telma, da Bárbara, da Rochelle, do Mister Marcel, das nossas atletas do basquetebol, do futsal e do futebol, dos nossos rapazes da Equipa B, entre muitos outros. Não tenho dúvidas de que reviveremos momentos de glória. Não sei se será com estes ou com outros intervenientes. O que sei é que, com exigência, tempo e dedicação, este é um clube que viverá muitas alegrias, mesmo que o percurso seja difícil até chegar lá – e se é difícil é para o Benfica. Este clube é tão gigantesco, mítico e incomparável, que a glória – impregnada no nosso ADN - será sempre o nosso destino. Saibamos escolher o melhor caminho.


▶ Texto enviado pelo benfiquista Ricardo Cataluna.


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NOTA: A opinião aqui transmitida é da inteira responsabilidade do seu autor e não representa, necessariamente, a opinião do Benfica Independente.

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