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Tesouro do Clube das Pessoas Tristes

 



 

Há muitos, muitos anos, num clube distante vivia um povo infeliz e solitário, vergado sob o peso de uma misteriosa tristeza.

Quem, vindo de outras terras, chegava ao clube das pessoas tristes, não compreendia. As pessoas eram boas e afetuosas e, aparentemente só tinham motivos para serem felizes.

E, no silêncio dos seus jogos, revelavam-lhes o segredo da sua tristeza.

Contavam-lhes que o povo daquele clube tivera um dia um imenso e belo Tesouro e que alguém lho roubara. E que era um Tesouro tão grande e tão valioso que, sem ele, não podiam ser felizes.

 

Sim, um Tesouro! A liberdade.

 

No clube das pessoas tristes as pessoas não podiam fazer o que queriam, nem podiam dizer o que pensavam ou o que sentiam.

 

O TESOURO, texto que Manuel António Pina escreveu sobre Portugal e sobre o 25 de abril é uma boa metáfora para o estado do Sport Lisboa e Benfica.

Um Tesouro gigante, hoje um Tesouro de pessoas tristes governado por quem não tem competência para o fazer.

E quando falo de governação não falo só e apenas do treinador da equipa masculina de futebol. A incompetência é generalizada e, como muitos têm mostrado, gastamos mais dinheiro que os nossos rivais e temos piores resultados. Veja-se a época das modalidades.

Embora não retire nada à total incompetência do sr. Roger, não o vejo como o principal responsável.

É um homem teimoso, perdido e que não tem perfil nem condições para ser treinador de um clube tão grande.

Um treinador que não estuda os adversários não pode ser treinador do Benfica.

Um treinador que não percebe o que são os jogos europeus ou que não entende o que é um empate para um adepto do Benfica não nos serve.

Um péssimo gestor de recursos humanos que se revelou, inclusive, arrogante.

Acho que já me perdi caro leitor. Não era minha intenção rasgar de alto a baixo o treinador mais incompetente e que nos deu a pior época deste século.

Onde é que eu ia?

Já me lembro.

A gestão.

No país das pessoas tristes houve alguém que caiu da cadeira e que julgava continuar a mandar. Continuando a recorrer à mesma metáfora, diria que no Clube das Pessoas tristes, ninguém caiu da cadeira e às tantas ainda continua a mandar.

Há sinais de clara desorientação e a dificuldade em comunicar é apenas uma delas.

A outra é a incapacidade de lidar com a diferença.

Como muito bem escreveu o João Santos,  “Numa Democracia há poderes e contrapoderes. Onde estão os contra-poderes do Benfica?

O crescimento das organizações e dos projetos sempre se fez na diversidade. As sinapses nas pessoas, bem como nas organizações estabelecem-se no confronto com o diferente. Os que pensam como nós e dizem o que nós pensamos não nos estimulam, não nos obrigam a pensar e a refletir nos argumentos, nas propostas, na forma de resolver esse conflito emergente.

O nosso Tesouro, milhões de adeptos, centenas de milhares de sócios, com um imenso poder que não conhece classes, nem regiões, que se espalha de norte a sul, da Europa às Américas e a cada canto onde possa estar um lampião.

Um Tesouro gigante onde cada um conta.

O Sport Lisboa e Benfica não é do Vieira, nem do Rui Costa como também nunca foi do Eusébio (sim, usaria o de!).

Um Tesouro de opiniões, de diferenças, de pensamentos.

E este Tesouro, mesmo que do clube das pessoas, por agora tristes, é incomensurável, não pelo seu valor financeiro, mas precisamente pela impossibilidade de o contabilizar de o materializar.

Esse é o nosso Tesouro.

E procurar silenciar esse Tesouro é como agarrar o vento com as mãos! Impossível.

Por cada Sérgio que tentem travar, milhões de Sérgios se levantarão porque o Clube das Pessoas Tristes tem um Tesouro que nos vai tornar o Clube das Pessoas Livres!

Viva a Liberdade!

Viva o 25 de abril!

Viva o Benfica!

 

Foto do SLBENFICA

 

 

 

 

 

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